Ao constatar a técnica como um setor da práxis, o sociólogo visa tornar mais precisa a descrição da tecnificação, sem reduzir esta última a uma projeção do maquinismo e das técnicas mecanizadas, nem confundi-la à técnica em seu conjunto.
Embora a "Era da Automatização e das máquinas eletrônicas" dê primazia lógica ao conhecimento técnico, em um grau tal que todas as outras manifestações do saber são influídas ao ponto de tecnificar-se tanto quanto possível, a primazia lógica, a imposição de um absoluto sobre os fatos sociais, e a tentativa de fazer da técnica um absoluto, é uma ação dos tecnocratas e não decorrência do conhecimento técnico ele mesmo, é questão da mentalidade coletiva dessa classe com forte tendência para a hegemonia cultural.
Do ponto de vista histórico, o aperfeiçoamento do conhecimento técnico levando ao maquinismo se encontra em relação direta não com as aquisições da ciência, mas com as melhorias de ordem prática - como já fora assinalado por Adam Smith e Karl Marx, apesar de suas diferenças.
Quer dizer, Karl Marx tivera razão ao insistir no primeiro tomo de “O Capital” de que não são as invenções técnicas as que tiveram por resultado a profusão de fábricas, mas, pelo contrário, foi a divisão do trabalho técnico nas grandes fábricas cada vez mais numerosas a que criou a necessidade de técnicas mecanizadas e provocou assim a introdução das máquinas, tal como confirmado pelo estudo das técnicas industriais dos séculos XVII e XVIII.
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