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A Dialética Sociológica, o Relativismo Científico e O Ceticismo de Sartre: Aspectos Críticos de um debate atual do século XX.
Este artigo investiga a dialética sociológica no âmbito da cultura científica do século XX tendo em conta por um lado a reflexão sobre as conseqüências metodológicas dos avanços em microfísica e por outro lado a reação da filosofia sartreana da história, como obstáculo.
ALGUNS DESTAQUES
A incoerência de SARTRE para com GURVITCH situando a este junto dos positivistas lógicos em tolerância é desconsiderar o alcance realista da dialética no sentido ontológico do termo, ligada à sociologia diferencial dos agrupamentos sociais particulares e à microssociologia.
Para SARTRE, a dialética sociológica não se enquadraria na suposta racionalidade do processo histórico, muito menos a descoberta dos níveis múltiplos de realidade social, as hierarquias múltiplas e a constatação gurvitcheana de que as hierarquias específicas dos agrupamentos particulares restam não absorvidas e conflitantes com as hierarquias das classes sociais .
Ora, além de “esquecer” que um pensamento não se apreende no vazio, fora das probabilidades, tal posicionamento depreciativo do nível empírico do conhecimento revela o preconceito filosófico do SARTRE representativo dos intelectuais acorrentados à vertente hegeliano-marxista da dialética.
À exceção de Ernst Bloch, essa vertente se fixa previamente a qualquer consideração do “novo espírito científico” posto em obra na microfísica, na teoria quântica e na mecânica ondulatória já antes dos anos de 1930 e, como vertente preconceituosa corresponde à postura justamente apreciada por Gaston BACHELAR como “pensamento fechado”, obstáculo ao que este pensador chama “revolução relativista”.
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